sábado, 6 de setembro de 2008

Poema


"Quem sabe houvesse um derradeiro tempo
E eu te plantasse em mim uma semente árvore
E te deixasse em mim crescendo sombra rápida?
Quem sabe houvesse outro momento antigo
E eu te deixasse em mim voando como pássaro
E te dançasse em mim e não perdesse o ritmo?
Quem sabe houvesse um caminhar estrelas
E eu te estendesse o olhar num arco-íris límpido
E te vestisse azul quando nascesse a lágrima?
Quem sabe houvesse onde vagar memória
E eu te deixasse em mim numa emoção mais trêmula
E te perdesse em mim mesmo não fosse prático?
Quem sabe houvesse um susurrar de ouvidos
E eu te beijasse a fronte numa ternura tímida
E te buscasse em mim para um momento íntimo?
Quem sabe houvesse outro silêncio triste
E eu te matasse em mim num desespero trágico
E te ferisse em pranto num consolo trágico?
Quem sabe houvesse uma saudade ao menos
E por amor moresse, ainda não fosse o máximo?

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